entrámos nessa primavera plenos de ideia, a escapulir do astronómico trauma da outra e de tal forma a imprimi-la intacta na nossa estrella galicia que o ténue estigma sobrante, do beijo na boca que essa tarde e de há tantas tanto açorávamos e que, naquela praça nessa manhã desassombrada, por de todas as ali abundantes árvores restarem tombadas, por decapitadas, suas copas, e no canto da qual se inscrevia cafeteria goya, ou lorca, ou outro nome de artista dos que estou seguro que sejam, não demos, tão só por em câmbio lhe ter buscado à força a face numa cambadela terminal, não redimiu. concretando e avançando, o ténue estigma nos lábios do beijo que não demos não redimiu e sob esse sol já não nos encontrávamos, por na noite seguinte me ter resgatado da discoteca um pouco periférica para onde, findo algum tempo de apartamento, me tinha chamado e onde, puxando-me o cabelo para trás da orelha com inebriante doçura, por fim me rifou para si. não deixou de ser um acto de amor imenso juntapor-me no sofá de sua sala, dizer-me, levando a mão ao coração a feição um tanto soteriológica, que, pues claro, ali poderia dormir, esperar-me no quarto ouvindo a emissão da radio cero, pela qual volta e meia dizia ser sempre por volta da medianoche embalada, e, unde salus, aí a meu lado me ler paz, ou machado, ou cervantes, ou bolaño, ou certamente cortázar, recordo que de todo o modo hispânico, em todo o caso morto e a meu pedido primeiro segundo instruções de enunciação livre e seguindo trâmites anómicos, uma imposição, bem sei, algo idiota, a qual sei também que pode ser que não tenha resultado, aliás como quase sempre, em prisão de leitura fácil, ou mesmo pior, na que dimanou sendo tão meiga, sustenida e preambular lábia de um sapateio que, por nulo acidente, acabou tendo por compassada melopeia esta mesma tróica em pontas numa noite meio diarística

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posted by andalsness on 2/02/2018 12:00:00 am