Aparatoso Aparelho Amoroso




Prossegue, então, com esse gelado na mão em direcção ao cianogénico céu e, quando no meio do casario te deparares com o que se afigure um coreto, toma a tua esquerda até que a areia te gele os pés. Aí, por entre as cadeiras, farpões e aprestos outros, encontrarás o homem que lê Camus e não se indigna. Falar-te-á de uma ideia, de nada. Deserta, mas não do seu nada, antes do nada de que é feita a vida e que tudo permite, possivelmente, do que não carece de razão e que dela não poderá fazer qualquer uso, se quiseres, do nada que a dois dá a conhecer a dor, não sem que antes o seu verso. Da paixão, sabe-se lá, do amor, sim, desse mesmo, o imenso, sentido apenas na certeza de uma separação completa.



Black Water, Apparat




posted by andalsness on 10/27/2011 06:46:00 pm